BEM VINDOS!

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Neste blog, postarei reportagens, atividades que realizei em sala de aula, atividades postadas em outros blogs, atividades retiradas de livros.

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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

18º Encontro 04/09/08


O encontro de hoje foi realizado na Feira do Livro. onde tivemos uma palestra que durou 30 m. com a escritora Lucília Garcez que nos deu dicas importantes sobre o estímulo, que devemos buscar promover em sala de aula para que o aluno/educando adquira o hábito de leitura. Na sua opinião, existem vários fatores que poderão influenciar de forma significativa para que o aluno desenvolva o hábito da leitura, como por exemplo: um ambiente favorável, a influência positiva do meio em que vive, os textos/contos, o despertar para o mundo literário, a escrita, a reestruturação textual, dentre outros fatores.

Após a palestra nos dispersamos. alguns colegas foram assistir a palestra com Marcos Bagno.
Visitei vários estandes de livros. Pena que a cada dia, comprar livros, está ficando mais díficil devido ao preço que sobe em disparada. Os livros que me interessei ( História da Educação, Psicopedagogia, Orientação Educacional, Hecursos Humanos, Pedagogia Empresarial e outros da área da educação e ciências sociais) estavam carissímos.
Quero adquirir esse tipo de livro devido ao interesse sobre a indisciplina na escola, pretendo desenvolver estudos sobre esse fato, que acredito estar sendo um dos principais responsáveis pelo fracasso escolar de muitos alunos que muitas vezes não são os indisciplinados, mais que no entanto estão posição de vítimas. E também, para saber lidar com os educandos ditos indisciplinados, que também estão na mesma posição dos disciplinados e podendo ser até mesmo uma das causas das enfermidades pelas quais alguns educadores estão sentindo.

Indisciplinados? Disciplinados? Quem são eles? Temos que descobrir.

TEXTO COMPLEMENTAR


Celso dos S. Vasconcellos (1)
Os Desafios da Indisciplina em Sala de Aula e na Escola ( Google/ 17/10/08)

É grande o desafio que os educadores têm encontrado em relação à indisciplina em sala de aula e na escola, tanto na pública como na particular, todavia com manifestações diversas(2). Sabemos também que não se trata de um problema apenas brasileiro, apesar das peculiaridades encontradas aqui; temos relatos, por exemplo, de gangues estudantis que têm batido nos professores na França, do alto número de mortes nas escolas públicas americanas, fruto da violência, das conseqüências nefastas da rígida disciplina japonesa, levando ao suicídio e à falta de criatividade. Esta questão tem ocupado um espaço cada vez maior do cotidiano escolar no País. É grande também a insatisfação daí decorrente, chegando até a se constituir em causa de abandono do magistério. Houve época em que a reclamação partia de professores da 5,1 ou 64 série; depois começou a vir dos de 3a e 43, sendo que atualmente tem vindo até dos que lecionam na Pré-escola... Gostaríamos de deixar claro que não estamos generalizando, mas procurando apontar uma tendência, que é preocupante e precisa ser revertida.

A Queixa

A queixa dos professores em relação à indisciplina tem sido muito forte.
Podemos citar, a título de ilustração, alguns depoimentos:

“A falta de interesse está muito grande. Os alunos estão dispersos, não respeitam mais o professor, estão vivendo em outro mundo. A tecnologia avançou demais e o professor infelizmente não acompanhou, ficou desinteressante para eles. Eles estão acostumados a apertar botão de videogame, de computador, a ver televisão e aí aparece o professor com apagador e giz... O professor não está conseguindo ter domínio, as aulas estão muito no passado, muito antigas. Os meios de comunicação ao invés de ajudar estão atrapalhando: programas muito violentos. Não está existindo liberdade com responsabilidade. As crianças de hoje são mais espertas do que antigamente. A família não tem colaborado; os alunos vêm sem limites de casa. Geralmente há até conivência dos pais: o professor nunca tem razão. Há muitos problemas familiares. A própria família não sabe o que fazer; a mãe fala: “o que eu faço com ele? Vou matar?'. A disciplina em sala de aula extrapola totalmente e aí não tem jeito, só se bater e bater não pode. Eu não sei o que fazer com a classe. Tem hora que dá vontade de baterem todo mundo. Às vezes, o professor é completamente. ignorado na sala de aula; você entra e parece que não entrou ninguém. Por que se dá tanta regalia para os alunos e o professor é tão esfolado em sala de aula? Como manter uma aula decente se você não tem material pedagógico, não tem condições de trabalho, não tem nada? Você vai tentar punir o aluno, não pode porque a direção não deixa, o Estado não permite, os pais não permitem... Há também a indisciplina social. Há muita impunidade na sociedade: as pessoas fazem coisas e não acontece nada com elas. Falta perspectiva ao jovem: não sabe para que estudar. Aluno diz: “eu vou ser jogador de futebol, não preciso de estudo'. trai ganhar muito mais do que eu... As vezes, muitos de nós, profissionais da área, ficamos desmotivados pois o professor não ganha tão bem. O professor também se desmotiva: Ah, para que eu vou mudar? Para que fazer meu planejamento assim? Ah, uso 0 do ano passado'. O que fazer quando aluno desrespeita muito o professor e depois diz assim: “não me amole que hoje eu já fumei maconha'? Como explicar que a classe é disciplinada com determinado professor e não é com outro? É preciso ver a postura do professor, o método que utiliza. Continuamos com métodos elitistas e arcaicos. O que é para nós disciplina?

É a prática do silêncio?".

Podemos perceber alguns focos da queixa: o aluno, seu desinteresse, decorrente da tecnologia a que tem acesso fora da escola; os meios de comunicação, a sua influência negativa; a família, não cumprindo seu papel; a escola, que não apóia o professor; a sociedade, sua (des)organização; e, depois de um certo tempo, chega-se a colocarem questão a própria relação pedagógica. Só por este breve levantamento, podemos ver como o problema da disciplina está ligado a uma série de outras questões; não dá para falar de disciplina de uma forma isolada em relação à realidade maior.

Complexidade

A questão da disciplina pede, para seu enfrentamento, a ajuda de um conjunto de áreas do conhecimento, como a Sociologia, Antropologia, Psicanálise, Ética, Política, Psicologia, Economia, História, Tecnologia, Comunicação Social, além dos próprios saberes pedagógicos. Outro fato a ser considerado é que a disciplina é apenas um aspecto do processo de educação escolar, que por sua vez também é extremamente complexo e exigente, uma vez que se trata de participar da formação, ao mesmo tempo, de trinta, quarenta ou mais sujeitos.

Que outra atividade humana apresenta tal nível de complexidade?

O "único" problema do professor é que ele é um sujeito concreto - não é anjo, um ser abstrato -, que trabalha com alunos também concretos, numa realidade concreta; se não fosse isto, tirando a concretude do real, seria superfácil ser professor, mas aí também não haveria necessidade de sua existência...
Temos uma clareza: ser "dador" de aula, "tomador" de conta de aluno é fácil, mas ser professor, no seu sentido radical, não é fácil não. Por isto o professorprecisaria ser muito bem formado e muito valorizado.

O Papel da Reflexão (Limites e Possibilidades)

De certa forma, o professor "já sabe" o que deve fazer: em algum momento de
sua vida já ouviu falar ou vislumbrou uma possibilidade de como deveria agir.
No entanto, muitas vezes, não o faz. Por quê?
1) Não acredita mais profundamente, não está convencido:
• da proposta em si - não tem segurança de que seja o caminho correto;
• da eficácia da proposta - acha que talvez seja muito pouco em relação ao tamanho do problema, que não vai resolver.
2) Não sabe como fazer; uma coisa é ter ouvido falar, outra é ter competência para colocar aquilo em prática.
3) Não vê condições para fazer:
• seja efetivas (fruto de uma análise mais criteriosa da realidade);
• seja fruto de sua percepção, sem muita base no real.
O fazer do sujeito depende do querer e do poder, que se relacionam dialeticamente, já que, por exemplo, o não ver possibilidade acaba diminuindo 0 desejo de fazer. O poder, por sua vez, tem uma base objetiva, que são as condições mínimas para a ação; e uma base subjetiva, que é o saber fazer. Há também aqui uma relação entre estas dimensões, uma vez que a base objetiva pode ser alterada justamente pela ação consciente do homem, portanto orientada pela base subjetiva.
Qual séria, então, o papel da reflexão?
1) Procurar resgatar o professor como sujeito, seu desejo, projeto, sentido, querer.
2) Desmontar alguns mitos que funcionam como obstáculos epistemológicos.
3) Apontar alguns caminhos, alternativas, que estejam ao seu alcance (não algo "estratosférico"), em termos tanto de processo, quanto de propostas de ação.
O problema da indisciplina está angustiando cada dia mais os educadores em geral e os professores em particular. A grande pergunta que está na cabeça de todos é: o que fazer? Embora esta questão seja da maior importância e deva ser respondida, entendemos que, antes, outras duas devem ser enfrentadas: o que está acontecendo?; o que queremos? É comum ouvirmos o seguinte: "Já sabemos bem qual é o problema, até porque o sofremos na pele. Queremos é solução". No entanto, o que temos observado é que padecemos, mas não compreendemos o problema; no trabalho científico costuma-se afirmar que definir bem o problema é já ter 50% da solução...

" Acreditamos profundamente no professor; hoje ele pode ter um papel revolucionário (ainda que correndo o risco, ao afirmarmos isto, de sermos chamados de 'jurássicos', de utópicos). Esta onda neoliberal, que está aí quebrando todas as esperanças, tem muitos interesses não explicitados. O professor lida sim com a esperança, com a utopia; isto faz parte da essência do seu próprio trabalho."
"Sem autoridade não se faz educação; o aluno precisa dela, seja para se orientar, seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade é normal, especialmente no adolescente), no processo de constituição de sua personalidade. O que se critica é o autoritarismo, que é a negação da verdadeira autoridade, pois se baseia na coisificação, na domesticação do outro."
"Sentimos necessidade de apontar para a mudança de enfoque: em vez de culpa, é preciso falarmos de responsabilidade. A culpa, por ser de 'fora para dentro', leva ao julgamento e à atitude de defesa, de transferência, de procurar jogar novamente para fora, buscando outro culpado; a preocupação maior acaba ficando em achar o culpado e não em resolver o problema. A responsabilidade, por ser algo mais de 'dentro para fora', chama para a ação, para o compromisso com a superação."
Publicação: Série Idéias n. 28. São Paulo: FDE, 1997Páginas: 227-252

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