TEXTO é uma colcha de retalho.
Construir um texto é como se uma costureira pegasse vários pedaços de retalhos e fosse emendando um a um. Escolhe a cor que combina com a outra cor, a estrutura(tipo) do tecido que combina com a estrutura(tipo) do outro pedaço de tecido e vai emendando de pedaço em pedaço até formar um grande cobertor ou uma grande colcha. E quando alguém vê a colcha pronta, até comenta a beleza que ficou e a utilidade que tem para uma pessoa. Assim é escrever um texto.
COESÃO -> tessitura do texto.
COESÃO TEXTUAL -> recurso lingüístico que interligados sustentam a construção da COERENCIA TEXTUAL.
Coerencia e coesão -> são fatores linguisticos
Intencionalidade,acertabilidade,situacionalidade, informatividade e intertextualidade -> são fatores pragmáticos.
Um texto tem coesão ...
- Quando apresenta marcas de como devemos ligar uma ideia a outra.
Conectivos de um texto:
- pronomes, verbos, advérbios.
- quantificadores que substituem outro elemento do texto
- alipse( substituição por zero)
- reiteração: sinônimos, hiperonimos, hipônimos, nomes genericos, expressões.
HIPÔNICOS -> nomes usados para denominar um determinado elemento. Exemplo: automóvel(hiperônimo) carro, van, ônibus, fusca, caranga( hipônicos).
REPETIÇÕES -> é um recurso coesivo. Exemplo: peema de João Cabral
Um galo sozinho não tece a manhã
Ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro, de outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro...
Poema Urubus e sabiás de Rubem Alves
"Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam... Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para o canto, decidiram que, mesmo contra a natureza eles haveriam de se tornar grandes cantores. E para isto fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram dó-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas, e fizeram competições entre si, para ver quais deles seriam os mais importantes e teriam a permissão para mandar nos outros. Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tornar um respeitável urubu titular, a quem todos chamam de Vossa Excelência. Tudo ia muito bem até que a doce tranqüilidade da hierarquia dos urubus foi estremecida. A floresta foi invadida por bandos de pintassilgos tagarelas, que brincavam com os canários e faziam serenatas para os sabiás... Os velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa , e eles convocaram pintassilgos, sabiás e canários para um inquérito.
— Onde estão os documentos dos seus concursos? E as pobres aves se olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvessem. Não haviam passado por escolas de canto, porque o canto nascera com elas. E nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar, mas cantavam simplesmente...
— Não, assim não pode ser. Cantar sem a titulação devida é um desrespeito à ordem.
E os urubus, em uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos que cantavam sem alvarás...
MORAL: Em terra de urubus diplomados não se houve canto de sabiá."
Análise do poema
Coesão referencial
Eles -> anafórico
Se -> anafórico
isto -> anafórico
Eses -> anaforico
Coesão sequencia
Foi assum ...
Até que ...
Um elemento coesivo e rreferencial quando a informação se refere a uma informação anterior ao elemento anafônico.
Segundo Kock, coesão referencial é aquela em que um componente da superficie do texto faz remissão a outro(s) elemento(s) nele presentes.
A remissão pode ser feita para trás e para frente, constituindo uma anáfora ou catafóra.
Exemplo: O homem subiu correndo os 3 lances de escadas. Lá em cima Ele parrou diante de uma porta e bateu furiosamente. ( anáfora)
Ele era tão bom, o meu marido. ( catáfora)
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