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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Métodos fônico e construtivista podem caminhar juntos


Cassia Gisele Ribeiro

As discussões sobre as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino fundamental já começam a levantar polêmica. Depois do acréscimo de um ano na educação básica, o ministro da Educação, Fernando Haddad, iniciou uma série de conversas com educadores de diferentes correntes sobre o método de alfabetização. A idéia é avaliar uma possível volta do sistema fônico nas escolas públicas do país.

As Diretrizes Curriculares Nacionais são aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação e definem o que se espera que uma criança aprenda em cada série. A partir delas, o ministério da Educação (MEC) produz os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que é distribuído para professores de todo o Brasil e orienta o trabalho com os conteúdos em sala de aula. Os PCNs em vigor foram elaborados há 10 anos e possuem claramente a influência das teorias construtivistas.

O método fônico é marcado pela ênfase em ensinar a criança a associar rapidamente letras e fonemas. Ou seja, a criança aprende rapidamente que o código que representa a letra "A" é associado ao som "A". Para isso, o método lança mão de material didático com textos produzidos para esse fim, como os das cartilhas. Já os construtivistas rejeitam a prioridade do processo fônico e, principalmente, o uso de um material único a ser aplicado para todos os alunos. Por isso, as escolas dessa linha tendem a usar textos já escritos por outros autores, que estejam próximos da realidade da criança, no processo de alfabetização.

Para Regina Ritter Lamprecht, linguista e docente da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), o atual debate está sendo feito de maneira equivocada porque coloca as duas correntes em posições opostas. Segundo ela, a idealizadora do construtivismo Emília Ferreiro não propõe um método de ensino, mas traz conhecimento sobre o desenvolvimento cognitivo da criança, que acarreta um olhar diferenciado do educador. "Por isso é importante que o conhecimento trazido pela teoria não seja esquecido", afirma.

"O trabalho nas escolas que adotam uma perspectiva construtivista pode continuar a ser feito dentro dessa perspectiva, mas proponho que seja acrescido do trabalho com os sons para explorar o papel facilitador da consciência fonológica da criança", diz.

Maria Regina Maluf, professora da área de Desenvolvimento e Aprendizagem da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), concorda. E completa: "É importante evitar etiquetas simplistas que se perdem no nome e não conseguem definir o que, de fato, é possível ser feito", afirma. "O objetivo das novas discussões não é ignorar todos os avanços que a educação sofreu nos últimos anos e voltar ao passado, mas fazer um balanço de tudo o que já foi feito, investir nos acertos e eliminar erros que ainda estão sendo cometidos.", diz.

Para a educadora, a eliminação do método fônico é problemática porque coloca a alfabetização como consequência de uma busca pelo saber, mas não a prioriza. "A idéia é voltar a priorizar o aprendizado da leitura de palavras, mas sem o uso das antigas cartilhas com textos descontextualizados. O trabalho fonético deve ser realizado com material didático adequado, em conjunto com textos literários, cartas e receitas médicas, por exemplo", recomenda.

Maluf destaca também a importância de haver um material de apoio confiável para que a educação das crianças tenha uma base mais sólida. "Sem um livro didático, a criança fica muito dependente daquilo que é fornecido pelo educador, que nem sempre é um material de qualidade", alerta.

Já para Lamprecht, o fato de se trabalhar com diversos textos desde o início da alfabetização é positivo, pois estão próximos da realidade de cada criança. "No entanto, o educador deve ensinar as relações entre grafema e fonema, pois ao compreender que um determinado sinalzinho no papel representa um determinado som da fala, fica facilitada, em muito, a compreensão da criança quanto à escrita", completa.

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