“ Cada um lê com os olhos que têm. /e interpreta a partir de onde os pés pisam.”
(Boff)
Gêneros e tipos textuais
Ao considerar que um gênero textual incorpora tanto aspectos formais quanto funcionais, somos levados a reconhecer que as habilidades lingüísticas de todo falante se estendem tanto para aspectos formais, estruturas, gramaticais da língua quanto para seus aspectos funcionais, sociais e culturais.
Dessa forma gêneros textuais são realizações lingüísticas concretas, definidas por propriedades sociocomunicativas; é a situação de produção de um texto que determina em que gênero ele é realizado. Por isso, gêneros não se definem por aspectos formais ou estruturas da língua: estão ligados à natureza interativa do texto, ou seja, à sua funcionalidade, ao seu uso. Critérios formais ou estruturas da língua definem tipos textuais.
É importante reconhecer que a linguagem vista como um processo de interação não dispensa o conhecimento dos processos gramaticais como parte das habilidades lingüísticas necessárias. O objetivo maior do ensino da gramática é que fica colocado em outro nível: o textual. Isso quer dizer que não são as regras pelas regras que fazem sentido, mas seu emprego no processo de “tecer” o texto.
Todo texto apresenta algo de “igual” e algo de “diferente” de outros textos. O “igual” corresponde ao que é típico da construção textual em determinado contexto social e representa a estabilidade do gênero; o que é “diferente” corresponde às marcas dos usuários da língua e representa s estilo. A identificação de um gênero depende desse conjunto de fatores; não apenas de um só, porque na realização dos gêneros a situação sociocomunicativa é composta por diversos fatores.
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