Variação lingüística
Os brasileiros que tiveram acesso a escolarização formal, que dominam os usos mais complexos da escrita e que vivem nos ambientes urbanos mais valorizados consideram que seu modo de falar português é “melhor” que o de seus compatriotas sem instrução formal, analfabetos ou semi-analfabetos e moradores das zonas rurais ou das periferias das grandes cidades ( ou seja, a grande maioria da nossa população ).
Durante muito tempo ( e em boa medida, até hoje) o ensino de português no Brasil foi orientado por esse jeito de ver os fatos da língua, por esta crença na existência de uma única “língua certa”, usada por uma minoria, que se destaca da massa dos que “falam tudo errado”. Felizmente, nos últimos anos, essa concepção de língua e do papel da escola vem passando por mudanças importantes e positivas, graças sobre tudo ao trabalho dos pesquisadores que se dedicam ao estudo das relações língua e sociedade, ( os sociolinguistas ) e à investigação do impacto dessas relações nas praticas pedagógicas.
As ciências da linguagem, no entanto, vem demonstrando que as noções de “certo” e de “errado” não tem nada a ver com a língua propriamente dita : todo e qualquer modo de falar tem suas regras sistemáticas, tem sua gramática e se presta muito bem as funções de interação e de comunicação entre os falantes. (fascículo 5. pag.. 8 e 9 )
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